Abafa. Sufoca.
Sinto uma ausência.
Na verdade é.
Ausência de fala. De som. Aparentemente.
Porque na realidade ele fala.
Fala-nos, e nós falamos, se assim quisermos, com ele.
Tão denso que ouço o meu interior. Ouço o coração,
a respiração,
para o bem e para o mal.
Sinto este interior que procuro, crio e agarro.
Sinto um prazer,
mas rapidamente se transforma. Abafa.
Sufoca.
Aterroriza-me e esmaga-me. Mas assim fico, em silêncio.
Prazeroso e luxuoso.
Raro e tão difícil de alcançar.
Em vias de extinção.
Mesmo à minha frente. Em todo o lado?
Valorizo-te, as tuas qualidades e os teus defeitos.
Abafas-me, sufocas-me, aterrorizas-me e esmagas-me.
Inspiro e expiro. Inspiro e expiro. Inspiro e expiro. Ganha vida. Sobressai. Respiro.
Silêncio absoluto. Uma ilusão? Uma fantasia? Não é real.
Não ouço nada? Ouço-me a mim.
Ao sangue.
Tem ritmo e leva-me consigo. Experiência individual.
Única até.
Uma verdadeira forma de intimidade. O meu é só meu,
e o teu é só teu.
Permaneço em silêncio, a estar e não estar. Em mim, no mundo, consciente e inconsciente. Assim, deixo apenas o silêncio falar.

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